Jerome Powell foi nomeado em 2018 pelo presidente Donald Trump ao cargo de presidente do Sistema de Reserva Federal (FED) dos Estados Unidos. O FED é o instrumento mais importante para definir políticas macroeconômicas dos Estados Unidos. Por ser uma economia que rege o mundo todo, em 2020, Powell estava na lista das 100 pessoas mais influentes do ano pela revista Time.
Trajetória até o FED
Jerome se formou em artes e política pela Universidade de Princeton e, desde formado, trabalha no ramo político. Iniciou sua carreira como assistente legislativo do senador da Pensilvânia da época, Richard Schweikert, do Partido Republicano. A partir da segunda metade da década de 80, Jerome entrou para o banco de investimentos Dillon, Read & Co, chegando ao posto de vice-presidente. A partir desse cargo, o então presidente do Dillon, Read & Co tornou-se secretário do tesouro dos Estados Unidos e levou Jerome para trabalhar com ele, de 1991 a 1993, depois seguiu um rumo diferente no mundo das finanças.
Somente em 2011 retornou para o ramo político, nomeado pelo Barack Obama como membro do conselho do Sistema de Reserva Federal, mesmo sendo da oposição. Assumiu o cargo em 2012 e, em seguida, foi eleito para o outro mandato. Em 2017 foi sugerido ao cargo de presidente do FED por Donald Trumb (com chancela do Senado) e assumiu, finalmente, em Fevereiro de 2018.
Desde 2018, Powell já colecionava embates diretos com Trump. O presidente já chegou a criticar a política de juros do FED, mencionando diretamente Jerome Powell como alguém que não estava fazendo um bom trabalho. Apesar das críticas, ele não pode ser retirado do cargo, que vai até 2022, sem que faça algo realmente grave.
Influência do FED no mercado global
Os Estados Unidos, como já é de conhecimento geral, tem a maior economia do mundo, com mais de 21 trilhões de dólares em seu Produto Interno Bruto (PIB). Decisões na economia americana causam oscilações diretas no valor do dólar, impactando automaticamente os preços dos produtos para empresas no mundo todo e para seus consumidores finais.
Diretamente falando, como presidente do FED, banco central dos EUA, as decisões tomadas por ele afetam a economia global. Powell, portanto, sempre defendeu uma política clara e transparente para evitar tumultos nos mercados que afetam economias externas. Contudo, já mencionou acreditar que acha exagerada essa influência do FED no restante da economia. O efeito direto do banco central americano se dá, principalmente, pela emissão de dólares, mas os esforços dos próprios bancos centrais devem ter mais efeito sobre seus países. “Ainda que fatores globais tenham um importante papel de influenciar condições financeiras domésticas, o papel da política monetária do Fed é frequentemente exagerado", afirmou Powell.
O futuro de Powell
Recentemente, dois presidentes regionais do FED, Kaplan e Rosengreen, se envolveram em escândalos sobre negociações de ações no ano anterior enquanto o banco central americano estava apoiando ativamente os mercados, por conta da crise pandêmica. As revelações trouxeram críticas a possíveis conflitos de interesse.
Após esse escândalo, as chances de recondução de Powell como presidente do FED diminuíram, segundo o site de apostas Preciclt, de 90% em Setembro, para 76% em Outubro. A outra possível candidata ao cargo, Lael Brainard, é vista como mais “dovish” (inclinada à baixa taxa de juros e maior acesso ao crédito).
A Casa Branca ainda não estabeleceu um cronograma para que Joe Biden decida sobre o FED, mas segundo algumas fontes, seus assessores apoiam Powell, sendo provavelmente a escolha mais esperada.
Autora: Giovanna Candido | linkedin
Referências
[1]https://6minutos.uol.com.br/negocios/powell-e-favorito-para-reconducao-ao-fed-mas-investidores-examinam-alternativas/
[2] https://www.bloomberglinea.com.br/2021/09/27/kaplan-e-rosengreen-deixam-fed-apos-revelacoes-embaracosas-sobre-acoes/
[3] https://www.istoedinheiro.com.br/powell-diz-que-influencia-externa-de-politica-do-fed-e-tratada-com-exagero/
[4] https://www.suno.com.br/tudo-sobre/jerome-powell/
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